TROUXA!
- Eu a amo!
- Pare de ser trouxa!
- Eu estou com saudades dela...
- Você está sendo muito trouxa
amiga.
Aparentemente, amar alguém sem
ser correspondido é sinônimo de ser trouxa.
Se importar com quem
aparentemente não se importa é ser o maior trouxa da história.
Sentir saudades é sintoma de trouxisse.
Como se sentimentos fossem
escolhas.
- Tá bem, a partir de hoje não
sou mais trouxa, estou deletando a pasta feelings do meu sistema.
O considerado certo é se tornar
indiferente. É sentir raiva. É devolver “na mesma moeda”.
Ao meu ver, ser trouxa é se negar
a sentir.
Ser trouxa é tentar se enganar
para agradar àqueles que dizem querer seu bem.
É não se permitir ter sentimentos bons e desejar o bem de alguém, mesmo que não seja recíproco.
Não controlamos o que o outro
sente e nem sequer podemos ter a audácia de querer controlar o que sentimos.
Amar alguém é algo sublime, belo,
puro. Na medida em que você se respeita e respeita o outro, permita-se amar.
Permita-se sentir saudades.
Libere as lágrimas.
Viva.
Pare de negar.
A cura para um coração partido,
uma amizade perdida, uma decepção, começa quando você se permite vivenciar suas
emoções.
Sentir raiva é natural, quando
ela é legítima. Quando ela toma conta do seu coração.
Grite! Soque o travesseiro, saia
correndo, bloqueie, exclua, sinta.
Mas não force uma “raiva
inventada” só porque o outro “não merece” seu amor.
Ame o outro por você e não por
ele.
Se amar é ser trouxa, então sim,
eu sou. E espero continuar sendo, pois não pretendo deixar de viver e sentir.
Não mais.
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